Cheque Especial Não É Renda Extra e Usar Cartão de Crédito Exige Planejamento

Produtos de créditos ofertados pelos bancos só devem ser usados em situações de extrema urgência, alertam especialistas

É fundamental esclarecer que o cheque especial não deve ser considerado uma fonte de renda extra. Ele é, na verdade, uma linha de crédito que pode trazer custos altos se não for utilizada com cautela. O uso indevido desse recurso pode levar a uma dívida difícil de gerenciar, gerando juros elevados e complicações financeiras.

Por outro lado, o cartão de crédito pode ser uma ferramenta valiosa, mas exige uma estratégia bem pensada para ser realmente vantajoso. Para aproveitar ao máximo os benefícios do cartão, é essencial ter um planejamento financeiro. Isso inclui monitorar seus gastos, pagar as faturas em dia e estar atento às taxas e condições de parcelamento.

Utilizando o cartão de forma consciente e estratégica, é possível evitar armadilhas financeiras e, ao mesmo tempo, aproveitar as vantagens que ele pode oferecer. Lembre-se: tanto o cheque especial quanto o cartão de crédito podem ser úteis, mas o uso responsável é o que garante sua eficiência.

Os Gastos de Final de Ano e suas Consequências Financeiras

Os gastos de final de ano ainda pesam nas faturas dos cartões neste início de 2024.

As despesas acumuladas, incluindo boletos e contas sazonais como impostos e material escolar, podem causar grande preocupação financeira. É nesse cenário que muitos se veem tentados a recorrer ao cheque especial o crédito extra oferecido pelo banco ou a pagar apenas uma parte da fatura do cartão de crédito, o que pode resultar em dívidas difíceis de administrar.

No Brasil, o cheque especial está entre as opções de crédito mais caras disponíveis, com taxas de juros que podem ultrapassar 300% ao ano sobre o valor utilizado. Da mesma forma, o crédito rotativo do cartão, que ocorre quando o usuário paga menos do que o total da fatura, transferindo o saldo restante e os juros para o próximo mês, também apresenta taxas elevadas.

Portanto, é crucial ter cuidado ao lidar com essas opções de crédito e buscar alternativas mais sustentáveis para gerenciar as finanças pessoais.

Como Lidar com as Contas do Início do Ano

O jeito mais eficaz de enfrentar as contas acumuladas é simplesmente pagá-las. Nas redes sociais, não faltam memes e posts que tentam aliviar o impacto do susto financeiro que muitos enfrentam no começo do ano, mostrando que essa situação é comum. No entanto, o bom humor não ajuda a quitar as faturas. Para sair das dívidas, a única solução é efetuar o pagamento.

Se você conseguir um crédito pessoal com uma taxa de 180% ao ano, isso ainda representará uma economia em comparação aos 300% cobrados no cheque especial.

Quando a renda está curta e já comprometida, é essencial planejar e focar no objetivo de eliminar essa dívida. O economista Juan Pereira recomenda que, ao buscar uma alternativa, você consulte seu banco para trocar o cheque especial por um crédito pessoal com taxas menores.

Pereira também sugere que, na negociação, você considere migrar para outra instituição financeira que ofereça juros mais baixos. Atualmente, as fintechs (bancos digitais) costumam disponibilizar crédito a taxas mais competitivas do que os bancos tradicionais.

Embora o cheque especial possa dar a impressão de que sua renda aumentou, na realidade, ele reduz seu poder de compra devido aos altos juros, comprometendo suas finanças ao longo do tempo. Portanto, a orientação é usar essa modalidade de crédito apenas em situações de emergência e por um curto período.

Importância de Manter o Nome Limpo

Para evitar problemas financeiros, é fundamental realizar movimentações financeiras de maneira a não se tornar inadimplente e, consequentemente, não ter o nome registrado nos birôs de crédito. Essas instituições são responsáveis por monitorar o histórico de pagamentos dos consumidores e servem como referência para empresas que desejam conceder crédito.

A Serasa, uma instituição que atua na proteção do crédito, alerta que a negativação do CPF pode levar meses após o atraso no pagamento. Essa inadimplência impacta diretamente a capacidade de obter novos créditos e pode desorganizar a vida financeira das famílias de forma significativa. Para verificar gratuitamente a situação do seu CPF, você pode acessar o site www.serasa.com.br.

Usar ou Não Usar Cheque Especial e Cartão de Crédito

Cheque Especial

O cheque especial deve ser utilizado apenas em situações de emergência e por um período muito curto. A economista e pesquisadora Regiane Vieira Wochler alerta que o principal problema surge quando as pessoas passam a considerar esse crédito como parte de sua renda mensal. “Muitas pessoas demoram a perceber que suas finanças estão desequilibradas e acabam recorrendo ao cheque especial, utilizando o limite como um complemento de renda, o que compromete sua saúde financeira”, explica a especialista, que também é consultora da Reconomizar Consultoria em Planejamento Financeiro.

Cartão de Crédito

Por outro lado, o cartão de crédito pode ser um aliado valioso quando utilizado de forma consciente e organizada. O ideal é que o limite do cartão não ultrapasse a renda mensal e esteja dentro das possibilidades de pagamento.

Sendo assim, ao fazer uma compra, se você tem o valor em dinheiro e o cartão, tente negociar um desconto com o vendedor, como os comerciantes pagam taxas de administração ao processar pagamentos no cartão, eles podem oferecer um desconto se você optar pelo pagamento à vista. Caso não haja essa opção, utilizar o cartão de crédito pode ser vantajoso, permitindo que você reserve o dinheiro em uma conta que renda juros.

O economista Juan Pereira sugere que, se você tem mil reais para gastar, use esse mesmo valor no cartão de crédito e aplique o dinheiro em uma conta que ofereça rendimento. “No fim do mês, ao pagar a fatura, você poderá ter cerca de R$ 1.030,00, devido aos juros acumulados. Assim, você ainda fica com R$ 30,00. Se repetir essa estratégia mensalmente, ao final de um ano, você terá gerado R$ 360,00 a partir do investimento”, explica Pereira.

Tarde Demais?

Portanto, Para aqueles que se encontram em uma situação de dívida rotativa no cartão de crédito, o economista Juan Pereira recomenda iniciar uma negociação com o banco, buscando opções para quitar a fatura integralmente e evitar deixar saldo para o próximo mês. “Evite a armadilha da bola de neve, que ocorre quando você faz apenas um pagamento parcial da fatura. O ideal é negociar a dívida e reduzir drasticamente os gastos no mês seguinte. Se for necessário fazer novas compras, é mais prudente optar por parcelamentos, garantindo que as condições se encaixem no seu orçamento total”, orienta Pereira.

Riscos do Cartão de Crédito

A economista Regiane Vieira Wochler destaca que um dos principais riscos do uso do cartão de crédito é a desconexão entre o momento da compra e o pagamento. Essa situação pode ser uma armadilha para aqueles que frequentemente tomam decisões financeiras impulsivas, sem seguir o que ela denomina de “padrões de racionalidade”. “Consumidores impulsivos são mais suscetíveis a promoções e tendem a realizar compras não planejadas, muitas vezes sem considerar a verdadeira necessidade do produto e o impacto que isso terá no orçamento mensal”, explica Regiane. “Isso pode resultar em contas excedentes e na incapacidade de saldar a dívida do cartão de crédito.”

Com planejamento, os sonhos se transformam em objetivos e saem do papel. Quando [sabemos] o que queremos e fazemos uso consciente do dinheiro, fica mais fácil evitar vieses comportamentais que nos levam a erros e abusos no uso do dinheiro e crédito. Saiba mais Aqui

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